quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Férias

... e as férias se despedem
ardentemente:
bife de fígado fritando...
Sim! Nossa cozinha
é discipula de Sísifo...

um converssor não baixa:
nossas línguas-programas
não identificam
íntimos arquivos...

náufragos do cyber space
na tormenta do entardecer chuvoso
um choro
existir
no tempo
espaço:

cai a tarde...
e nem será preciso molhar as plantas...

e as férias se despedem
com ternura:
um improviso ato
se voluntaria para nadar
nossas correntezas.
o canal de sempre
que agora não é o mesmo
reflete o choro do céu...

a chuva
na tarde
cai.

Pirafubá, 18/02/2008_17:06
Nino Santos

2 comentários:

Luiz Miguel disse...

Sutil, enobrecedor e vivo. Parabéns pela verve poética.

Anônimo disse...

Meu caro, li e fiquei impressionado, tão impressionado que trago a luz deste meu comentario o Filosofo Aristóteles(384 A.C -322 A.C) que atribuiu em seu discurso ao poeta uma visão sobre o real (que encontramos no seu texto)que o aproxima da perspectiva universal do conhecimento, como o filósofo (traçando um paralelo compreende).É que o poeta trata em seus enredos - segundo Aris. ...
daquilo que é possivel de acontecer, quando segue as regras da verosimenlhança a da necessidade. Segundo o filósofo, continuo, o oficio do poeta não e descrever coisa acontecida ou ocorrência de fatos. Mas isso quando acontece, e segundo as leis da verosimelhança e necessidade. A diferença entre o historiador e poeta (continuo),é a de que o primeiro descreve fatos acontecidos e o segundo fatos que podem (poderiam)acontecer. Por isso que a poesia é mais elevada e filósofica que a historia; a poesia tende mais a representar o universal; a historia o particular. (espero estar acrecentando algo).A ideia de universal é ter um individuo de determinada natureza, em correspondência às leis da verossimilhança e da necessidade Poética (compreende).
Alias e concluindo porque o poeta mostra o universal como possivel, na imitação concretizada de num individuo, ele torna mais evidente o própio Universal, cria-lhe uma situação exemplar. Assim, o filósofo que pensa sobretudo e sobretudo o filósofo que pensa as questões da ação humana, o filósofo da teorização ética,(filósofo sério enquanto poeta) nunca deixa de se servir destes modelos de ação que são as personagens das epopéias(e das tragédias(Sisifo?), para compreender a natureza humana e para extrair lições e sugestões que ILUMINEM as dificeis horas de decisão,(que temos a todos os momentos de nossa vida) concluo. Porém nem tão rapido, e nem só didática e filósofica e a vida. Espero ter entendido o que eu li na sua obra e principalmente sobre sua poetica, e com este comentario finalizo, acreditando, e (sei) ter elevado mais um pouco o meu pouco conhecimento com/em sua poesia, me corrija se estiver enganado. A voce agradeço, e aguardo as proximas obras. Cordialmente e ao seu dispor.
José Ricardo Barbosa dos Santos.