segunda-feira, 7 de março de 2011

Here's that Rainy Day (postagem em homenagem ao meu amigo Hiller que pacientemente suportou o tilintar das teclas)

Faz desejar o alvor,
lava os orvalhos de passadas manhães...

Here's that rainy day nas folhas das amoras:

tilinta..., chuvisca sem parar contínuo
na respiração sonora de Carter...

Bem Benny
os acordes se precipitam nas folhas
ao bailar festivo dos ventos
oriundos do infinito tempo...

Um poema que caiba na pauta da nota que fala sem dizer
Esfera de pontos nús:

Reutter no silêncio é cor.

Um poema só pra dizer
das maravilhas que se descortinam
quando estamos juntos e juntos de coração...

(Para todos aqueles que se libertam de si)


domingo, 13 de fevereiro de 2011

PRAIA DO CAFUBÁ

Na praia do Cafubá
é o mar que mergulha na gente;
é a onda que surfa na gente;
é o vôo da gaivota
que voa na gente

é o passear das garças
que passeia na gente

no por do sol
é o azul que se âmbar
na gente

é o vento da tarde
que sopra e se entardece na gente





domingo, 6 de fevereiro de 2011

Corposição

O amarelo é uma transição do verde;

O negro ao fundo

É útero que procria a cor;

O prisma fecunda o arco-íris...

Tudo se veste de fenômeno e se furta;

Tudo respira na gota de chuva artificial da mangueira

A jorrar quentura das telhas....

Gatos passeiam ao redor dos pratos;

Vasos terra cota, negror felino,

Entre folhas ao entardecer de domingo.

Errare Humanum Est

Após o silencio das cavernas
E expediçoes nas grotas da alma
Estar de volta de onde nunca parti

ainda em mim
o gosto de café
Cafuba

frames filosóficos
em dia de céu azul



quarta-feira, 5 de novembro de 2008

COMPOSIÇÃO LIBERTA



quarto:

tudo parece acorrentado
ao fato:

“tudo que é
s
ó
l
i
d
o
se
des
mancha
no
a ...r ...”

do pára-peito da janela
a poeira
avista um grande mundo a conquistar
com sua infantaria urbana
soldados montados de sons do tráfego
ônibus, motos...
troços motorizados
em convulsões
que cospem
monóxido frenético da desordem progresso...
tudo no quarto
sob áspero verniz
cinza
seca
neblina

por entre os ditos
por entre os livros
por entre os cantos
por entre as cortinas
por entre cd dvd cd dvd cd dvd

inevitável poeira
inevitável partícula
que traz em si
a profecia
do perecer.

niterói, 7 de setembro de 2007_13:59.
Nino Santos

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Férias

... e as férias se despedem
ardentemente:
bife de fígado fritando...
Sim! Nossa cozinha
é discipula de Sísifo...

um converssor não baixa:
nossas línguas-programas
não identificam
íntimos arquivos...

náufragos do cyber space
na tormenta do entardecer chuvoso
um choro
existir
no tempo
espaço:

cai a tarde...
e nem será preciso molhar as plantas...

e as férias se despedem
com ternura:
um improviso ato
se voluntaria para nadar
nossas correntezas.
o canal de sempre
que agora não é o mesmo
reflete o choro do céu...

a chuva
na tarde
cai.

Pirafubá, 18/02/2008_17:06
Nino Santos